Com os pelos todos ouriçados ele tentou chegar perto do norte de água que havia em um dos cantos da sala e percebeu, estava dentro de uma esfera, desistiu de agachar-se mais pra poder dar a mão ao luminoso, este era o objetivo principal desde que levantou-se e pos-se de pé. Ele tinha uma solidão de gado no lombo, punha um sortido de panos no riacho para colher algas e depois pediu ao mestre, que estava perto, sempre havia um mestre, as vezes de matéria as vezes um regente, as vezes filósofo, mas era assim que ele costumava chegar ao próximo estagio de paixão, era necessário um estado de paixão senão parecia que o amor não era sonho, era só como uma comida sem gosto, não era como água, água tem pureza, é meditação, é em branco, é zero. Ele não é ele só, ele encontra comigo e aí fechamos num ponto, depois fechamos noutro ponto e assim traçando reta, nós dois juntos nos distraímos, perseguimos outros postos, e vamos fazendo curvas, e de quando em vez, ondas vem e apagavam essas curvas, e quando olhamos novamente para atrás eram rugas e não curvas e aí é que começamos a guardar coisas dentro dessas rugas, porque antes a nossa vida era igual bandeja de garçom desviando, levando e trazendo, sempre num risco de esbarrar e ir pelos ares.
Ele pediu ao mestre para ajudá-lo a recolher os panos redes e o mestre só fez trabalhar com ele durante três curvas que o riacho fazia, tinha que retirar os panos presos em estacas, raspar as algas presas no tecido linho e depois torcer o pano para não ser tão peso na caminhada. As algas eram depositadas em um pote de conserva, e os panos eram guardado num rio de outra nascente.
Em um momento apenas pela manhã, pensava que a vida se repetia e que éramos escravos do tempo, vivendo uma existência fadada a lucidez. Nos outros momentos, pela própria lucidez, vivíamos um sorriso beirando a demência.
E nunca mais se viu tal gesto, tal espectro e soluço de estupidez.
Com tanto amor, pulverizou-se pelos. Como viver no vácuo?
Tem gente que funda, tem gente que recebe, aceita e mantem uma tradição.
Como ser sem ser? Não estar estando? Sentir que não se está aqui e estar todo. Parece mentira, de tão real essa carne parece verde de tão vermelha essa frente,
– Indígeno! Ele disse em voz ríspida raspando a barba que havia deixado crescer por ordens da moda, por ordens sociais, por ordenações contextuais e contagiosas. Se revelou, esperou a hora certa, mas enganou-se. O outro corpo com o qual sonhava estar já era tomado de dentro para fora e para os outros lados que cabem apenas na matemática desfacetada da mente ou da não mente. Já era escorregadio e arreganhado, projetado e vibrante, completamente sem matéria para evitar que a luz batesse nele e formasse imagem, era todo negrume, era todo seco, era todo nada. Era indígeno, era traíra, era acorde. Mas conseguia se fazer sentir pelos metais e andar por eles, e podia também posicionar-se em corpo humano para dele dobrar as línguas e atingir logos travessuras.
Assim é, ali atrás de cada coluna pode surgir em susto.
– Hi hi hi hi hi!! Com a mão na boca fazendo gesto de esconde riso, e olhinhos quase fechados brilhantes. Mas quando eu pego um pau, uma pedra ou faço que vou correr para pegá-lo, os olhos rapidamente viram imensas bolitas redondas arregaladas e ávidas a procura da rota de fuga. No momento seguinte estou eu no chão todo escabelado, sem saber o que acontecia sabendo só, que fui vencido mais uma vez e que dessa era a minha maior vez, e de prazer era ali sentado lembrando como sou feliz por ver o que nunca via por ver o que inventava e por sentir que sempre iria acontecer senão comigo com outro pobre. Daqui para lá depois daquela lombada você pode avistar aonde é a morada da água, tem que imaginar, por que por aqui água não empossa, a gente só vê quando cai do céu e logo é chupada pela terra que tem mais sede que a gente.
Levantou o relho e disse que por amor iria me bater. Só mais adiante coube a mim decidir se seguiria em frente com essa referencia de amorozidade ou trairia o amor de meu pai para deixar um novo amor brotar em mim, por mim, pelo mundo, pelos homens e por ele próprio.